Vamos para a praia
As boas notícas escasseiam nos dias que correm. Por isto, de cada vez que um "press-release" entra na caixa de correio electrónico anunciando uma evolução positiva num indicador, a curiosidade leva a que se abra de imediato o documento. Foi o que sucedeu hoje com um conjunto de previsões de recrutamento das empresas portuguesas, elaborado a partir de um inquérito realizado pela MRI Worldwide. O título era animador: "as empresas portuguesas vão recrutar mais na segunda metade de 2005". Aparentemente, o desemprego estaria em vias de estabilizar ou, até, de começar a diminuir, dando um sinal ao Governo de que não necessitaria de abrir vagas na Função Pública com o objectivo de criar os tais 150 mil empregos que prometeu durante a campanha eleitoral para as legislativas de Fevereiro passado.
As conclusões do estudo da MRI são, no entanto, um pouco menos exuberantes do que poderia parecer à primeira vista. Há, de facto, um crescimento na percentagem de empresas inquiridas que prevêem aumentar as contratações durante o segundo semestre deste ano, passando de 30,2% de Janeiro a Junho para 32,9% do total. Mas a desagragação deste número confirma as eventuais desconfianças. O sector que fornece o mais intenso contributo para a melhoria daquela média é o turismo. O início do segundo semestre coincide com a época alta e nada mais óbvio, portanto, do que esperar um reforço de quadros para acorrer ao aumento da procura de serviços nesta área.
Não surpreende, também, que entre os seis sectores de actividade identificados apenas a construção civil e obras públicas acompanhem o turismo no que se refere a progressos nas intenções de criação de novos empregos. O exercício actual é marcado pelas eleições autárquicas, o que significa a conclusão de obras em curso e o lançamento de projectos, com o objectivo de impressionar os eleitores na hora de decidirem em quem vão votar. De resto, aquilo que o estudo em causa transmite é que numa área como as tecnologias da informação, em que o discurso oficial garante apostar, 47,3% das empresas afirmam que vão aumentar os seus quadros de recursos humanos, o que, não sendo negligenciável, corresponde a uma percentagem menor do que aquela que se verfificou no primeiro semestre, quando o chamamento do choque teconólgico criou expectativas.
A correcção dos constragimentos estruturais da economia portuguesa é um processo para demorar longos anos. Mas, para já, nada de novo nesta frente. Os sectores mais optimistas e confiantes são os mesmos de sempre. E se, como é o caso do turismo, podem ajudar a compensar a falta de vitalidade das exportações, não se deve esperar que venham a assegurar a transição para um aparelho económico inovador e competitivo. Se, no fim de tudo isto, ao menos a OCDE tivesse divulgado alguma nota risonha sobre o futuro próximo de Portugal, o fim-de-semana até poderia começar de forma mais aprazível. O problema é que o indicador avançado elaborado pela organização registou uma queda em Junho passado, alertando para um novo abrandamento, a curto prazo, do ritmo de crescimento. O melhor é irmos todos para a praia porque o campo está a arder.
As conclusões do estudo da MRI são, no entanto, um pouco menos exuberantes do que poderia parecer à primeira vista. Há, de facto, um crescimento na percentagem de empresas inquiridas que prevêem aumentar as contratações durante o segundo semestre deste ano, passando de 30,2% de Janeiro a Junho para 32,9% do total. Mas a desagragação deste número confirma as eventuais desconfianças. O sector que fornece o mais intenso contributo para a melhoria daquela média é o turismo. O início do segundo semestre coincide com a época alta e nada mais óbvio, portanto, do que esperar um reforço de quadros para acorrer ao aumento da procura de serviços nesta área.
Não surpreende, também, que entre os seis sectores de actividade identificados apenas a construção civil e obras públicas acompanhem o turismo no que se refere a progressos nas intenções de criação de novos empregos. O exercício actual é marcado pelas eleições autárquicas, o que significa a conclusão de obras em curso e o lançamento de projectos, com o objectivo de impressionar os eleitores na hora de decidirem em quem vão votar. De resto, aquilo que o estudo em causa transmite é que numa área como as tecnologias da informação, em que o discurso oficial garante apostar, 47,3% das empresas afirmam que vão aumentar os seus quadros de recursos humanos, o que, não sendo negligenciável, corresponde a uma percentagem menor do que aquela que se verfificou no primeiro semestre, quando o chamamento do choque teconólgico criou expectativas.
A correcção dos constragimentos estruturais da economia portuguesa é um processo para demorar longos anos. Mas, para já, nada de novo nesta frente. Os sectores mais optimistas e confiantes são os mesmos de sempre. E se, como é o caso do turismo, podem ajudar a compensar a falta de vitalidade das exportações, não se deve esperar que venham a assegurar a transição para um aparelho económico inovador e competitivo. Se, no fim de tudo isto, ao menos a OCDE tivesse divulgado alguma nota risonha sobre o futuro próximo de Portugal, o fim-de-semana até poderia começar de forma mais aprazível. O problema é que o indicador avançado elaborado pela organização registou uma queda em Junho passado, alertando para um novo abrandamento, a curto prazo, do ritmo de crescimento. O melhor é irmos todos para a praia porque o campo está a arder.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home