Eufemismos, parte II
Eufemismo, de acordo com o dicionário de sinónimos que tenho aqui à mão, corresponde a suavização. Ora, perante os baixos índices de produtividade que se registam em Portugal, nada me parece mais óbvio do que chamar "colaboradores" àquilo que noutros países, onde de facto se trabalha, se apelida de "trabalhadores". Trata-se de uma oportuna e inteligente suavização que só alguém que ainda esteja agarrado às barbas de Karl Marx pode teimar em não querer aceitar.
Há que não esquecer, também, que estamos na terra onde até já houve cigarros que ostentaram a marca "Português Suave". Aqui está outro eufemismo que, tal como o dos "colaboradores", me surje como sendo extremamente bem caçado, tendo em conta a "ligeira tosse" - eufemismo de "convulsão pulmonar"" - que tais cigarros provocavam em quem os consumisse.
Outra situação. Por alguma razão em Portugal os "colaboradores" do Estado são apelidados de "funcionários públicos". Chamar-lhes "trabalhadores" seria um eufemismo. Houve que suavizar o qualificativo, o que revela bom senso e sentido de justiça. E a solução é tão genial, que aqueles "colaboradores" são tidos como "funcionários", mesmo quando ninguém lhes reconhece qualquer função relevante para o bem da pátria, a não ser os próprios. Mais um eufemismo que não o seria se a quem trabalha na máquina pública se chamasse "Assalariados do Estado". Seria mais rigoroso mas, lá está, não seria suave.
Há que não esquecer, também, que estamos na terra onde até já houve cigarros que ostentaram a marca "Português Suave". Aqui está outro eufemismo que, tal como o dos "colaboradores", me surje como sendo extremamente bem caçado, tendo em conta a "ligeira tosse" - eufemismo de "convulsão pulmonar"" - que tais cigarros provocavam em quem os consumisse.
Outra situação. Por alguma razão em Portugal os "colaboradores" do Estado são apelidados de "funcionários públicos". Chamar-lhes "trabalhadores" seria um eufemismo. Houve que suavizar o qualificativo, o que revela bom senso e sentido de justiça. E a solução é tão genial, que aqueles "colaboradores" são tidos como "funcionários", mesmo quando ninguém lhes reconhece qualquer função relevante para o bem da pátria, a não ser os próprios. Mais um eufemismo que não o seria se a quem trabalha na máquina pública se chamasse "Assalariados do Estado". Seria mais rigoroso mas, lá está, não seria suave.
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