A política orçamental nem merecia assim chamar-se no universo da economia. Política pressupõe uma acção para atingir um objectivo económico, aumentar a eficiência ou a equidade. É raro encontrar exemplos desses. Normal é a dita actuação orçamental ser forçada pela realidade, como se reflecte na opinião de J.C.S.
Em Portugal, como na maioria dos países, política orçamental em tempos de crescimento da economia faz lembrar a roda da inquisição aplicada a uma centopeia. Cada um a puxar para si... o dinheiro dos impostos.
Quem não se lembra como foi errada a política orçamental de 1999 até praticamente à crise de 2003? Pagou-se agravando a recessão de 2003 para respeitar o Pacto. Assim foi nos tempos dos planos do FMI.
Ter uma política orçamental pró-cíclica em tempos de 'vacas gordas' não custa nada. O pior é ser obrigado a ter uma política pró-cíclica em tempos de 'vacas magras'. É a dieta aplicada a quem já está esfomeado. Mas é assim que tem sido.
A dimensão desta repetição no tempo actual vai ver-se mais tarde. Para já, como diz J.C.S., seria racional, no actual quadro, usar a política fiscal para incentivar a poupança - por muito que a sua eficácia seja discutível. O que não se está a fazer. Como misterioso é não existirem 'zangas' por falta de dinheiro público.