EconomiAberta

19 setembro 2006

Segurança social...

Pode existir casmurrice dogmática dos intervenientes e até pura marcação de espaço político. Mas a proposta de capitalização não me parece ajustada ao actual tempo financeiro e económico do país. Nem sei mesmo se a algum tempo. A capitalização não resolve o problema do envelhecimento da população e cria riscos adicionais. Que se avolumam num país como Portugal, conhecendo como João Cândido Silva tão bem conhece o mercado de capitais.

17 setembro 2006

O défice e Marques Mendes

Confesso que fiquei perplexa com as declarações do líder do PSD sobre a execução orçamental até Agosto. Os números podem ser vistos na DGO.
Podemos não acreditar nos números, dizer que há aspectos escondidos...as teses habituais que as falsas reduções do défice do passado legitimam. Mas, neste momeno, é muito difícil sustentar essas teses com números.
Os valores da execução orçamental são consistentes com as contas trimestrais INE, nomeadamente com a queda do consumo público. E as razões da queda das despesas com pessoal, apoiadas na Educação, ligam-se com as medidas que a ministra está a adoptar.
Não é fácil encontrar uma falha que alimente as desconfianças sobre a queda das despesas.

Para nada fazer

A conversa sobre a segurança social corre o risco de seguir os defeitos habituais do país que conseguem impedir mudanças. Todos querem mudar tudo mas, à ultima da hora, surgem umas ideias novas que bloqueiam a mudança. E assim nada se faz...

03 setembro 2006

Orçamento... acidental ou ocasional

A política orçamental nem merecia assim chamar-se no universo da economia. Política pressupõe uma acção para atingir um objectivo económico, aumentar a eficiência ou a equidade. É raro encontrar exemplos desses. Normal é a dita actuação orçamental ser forçada pela realidade, como se reflecte na opinião de J.C.S.

Em Portugal, como na maioria dos países, política orçamental em tempos de crescimento da economia faz lembrar a roda da inquisição aplicada a uma centopeia. Cada um a puxar para si... o dinheiro dos impostos.

Quem não se lembra como foi errada a política orçamental de 1999 até praticamente à crise de 2003? Pagou-se agravando a recessão de 2003 para respeitar o Pacto. Assim foi nos tempos dos planos do FMI.

Ter uma política orçamental pró-cíclica em tempos de 'vacas gordas' não custa nada. O pior é ser obrigado a ter uma política pró-cíclica em tempos de 'vacas magras'. É a dieta aplicada a quem já está esfomeado. Mas é assim que tem sido.

A dimensão desta repetição no tempo actual vai ver-se mais tarde. Para já, como diz J.C.S., seria racional, no actual quadro, usar a política fiscal para incentivar a poupança - por muito que a sua eficácia seja discutível. O que não se está a fazer. Como misterioso é não existirem 'zangas' por falta de dinheiro público.

01 setembro 2006

'O Grito'

Das obras de Munch acrescento esta à memória. É de 1895 e chamar-se-á qualquer coisa como as 'Três fases da vida...' Está na Galeria Nacional de Oslo


Munch pintou duas versões de 'O Grito' e quatro de 'Madona' . Podem ver-se na Galeria Nacional de Oslo.
'O Grito' visto por Munch:
'I was walking along a path with two friends, the sun was setting, I felt a breath of melancholy
Suddenly the sky turned blood-red
I stopped and leant against the railing, deathly tired looking out across flaming clouds that hung like - blood and a sword over the deep blue fjord and town
My friends walked on -
I stood there trembling with anxiety
And I felt a great, infinite scream passthrough nature.'
Algures, a propósito da recuperação dos quadros roubados, dizia-se que Munch reflectiu o tempo em que se pôs em causa o pai e Deus. A revolução industrial já pertencia ao passado.