EconomiAberta

14 maio 2006

De Grauwe e o novo proteccionismo

A entrevista de Paul De Grauwe ao Luís Rego no DE abre uma reflexão muito interessante.
De onde vem esse problema da procura (da Europa), é a pergunta.
" A minha explicação é que na Alemanha, no início da zona euro, se iniciaram políticas de moderação salarial, reduzindo os custos laborais. Agora quase não há aumentos. Isto fez com que os outros países também tentassem reduzir os seus custos laborais para manter a competitividade.(...)"
Esta pode ser a nova táctica do proteccionismo.
Classicamente, assistimos a batalhas proteccionistas com aumento de direitos aduaneiros ou quotas com reacções em cadeia... Se tu proteges, eu também... Com efeitos no comércio mundial e, obviamente, no crescimento.
Passar das restrições às importações às restrições ao crescimento dos custos acaba por ser outra face da mesma moeda... exactamente com os mesmos efeitos do proteccionismo clássico: redução do nível de vida.

Selos e quem engana quem

Há uns anos, um famoso vigarista disse numa entrevista:
'Só engano quem também está tentar enganar-me'.
Ele 'vendia' casas de 100 mil por 20 mil... que obviamente não existiam. E, dizia-se, já tinha conseguido 'vender' a Ponte 25 de Abril e o Cristo Rei.

O estranho caso da Opel


Porque é que uma marca como a Opel faz um anúncio como o que andamos a ver na TV e a ouvir na rádio?
E porque é que as reacções públicas têm sido tão minimalistas? Hoje temos um artigo de António Barreto sobre o assunto. Classifica essa publicidade de 'obscena'. Não posso estar mais de acordo.
O anúncio está no ar há pelo menos uma semana. O silêncio que sobre ele tem caído é arrepiante pelo que revela.
O país continua sem opinião pública, sem sociedade civil... subdesenvolvido
Lamentável...
Apesar de tudo, espero que a Opel e a respectiva agência de publicidade sofra financeiramente com o que está a fazer. É a única linguagem que se continua a entender.
Andamos a discutir a paridade e aceitamos passivamente um anúncio destes.

07 maio 2006

Querer

XXX quer que o desemprego acabe em Portugal
YYY quer que Portugal cresça mais que a média europeia
ZZZ quer que as pensões de reforma sejam mais elevadas

AAAA quer vender mais
BBBB quer aumentar lucros

Alguém quer mais desemprego, menos crescimento, pensões mais baixas, vender menos, reduzir lucros, mais impostos?..........

Já não é assim...



Que é feito de vcs?

E lv que tal recuperar o jcs?

Filhos e incentivos...

Não se percebe ainda muito bem como vai ser...
Se quem não tiver filhos tiver um agravamento nas contribuições para a segurança social com execpções para quem não é fértil ou está já fora da idade... Vão fazer essas perguntas às pessoas? Dados para o cartão único?
E será normal achar-se normal?
O Estado vai entrando na nossa vida... e nós vamos considerando natural...

FNB... Felicidade Nacional Bruta

Jigme Singye Wangchuck, rei do Butão, um das 100 pessoas mais influenets do mundo segundo a Time disse há 30 anos que os países deviam ser avaliados pela Felicidade Nacional Bruta.
Richard Layard da LSE foi um dos que disse em 2003 que o PIB está muito longe de medir o bem estar das pessoas. Um trabalho fantástico que hoje não consigo encontrar mostra que apesar do aumento do rendimento a felicidade estagnou...

Vamos jogar

Lucy Kellaway no FT de segunda-feira passada ... como jogar o jogo "eu sou mais importante do que tu".
Conta que recebe um telefonema... 'sim, sou eu'. Resposta: 'O sr. xxx quer falar-lhe...um momento'... Regresso à linha: 'Peço desculpa mas o sr. xxx atendeu uma chamada...importa-se de esperar?'....
Onde é que já vivemos isto?
E lá podemos ler um quadro de regras para quem quer mostrar que é mais importante...
Joguemos